Como é Feito o Transplante

O Transplante de medula óssea é um procedimento rápido, como uma transfusão de sangue, que dura em média 2 horas. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.

O paciente, depois de se submeter a um tratamento que destruirá a sua própria medula, receberá as células da medula sadia de um doador. Estas células, após serem coletadas do doador são acondicionadas em uma bolsa de criopreservação de medula óssea, congeladas e transportadas em condições especiais (maleta térmica controlada com termômetro, em temperatura entre 4 Cº e 20 Cº) até o local onde acontecerá o transplante.

As células infundidas no paciente também podem ser da sua própria medula, retiradas antes do tratamento e congeladas para uso posterior (no caso do transplante autólogo), ou de sangue de cordão umbilical (em caso de doação aparentada ou utilização de uma unidade de células dos Bancos Públicos de Sangue de Cordão).

Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, permanece internado no hospital, em regime de isolamento.

Como são Obtidas as Células para o Transplante

Como é Feito o Transplante

A coleta de células para o transplante pode ser feita por meio de uma pequena cirurgia, sob anestesia geral, de aproximadamente 90 minutos, na qual são realizadas de quatro a oito punções com agulhas nos ossos da bacia, para que seja aspirada parte da medula. Retira-se um volume de medula de 15ml por quilo de peso do doador. Essa retirada não causa qualquer comprometimento à saúde do doador, que recebe alta no dia seguinte ao procedimento.

Há outro tipo de coleta chamado aférese. Nesse caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio da máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia. A decisão sobre o tipo de doação é exclusivamente dos médicos.

As células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue de cordão umbilical, também é outro tipo de fonte para transplante. Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado (lacrado com uma pinça) e separado do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a placenta. A quantidade de sangue (cerca de 70 – 100 ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida, já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento. Estas células podem permanecer armazenadas (congeladas) por vários anos nos Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário, e disponíveis para serem transplantadas.

Que tipos de transplante existem

Existem dois tipos de transplante de medula óssea: alogênico e autólogo.

Transplante alogênico é aquele no qual as células precursoras da medula provêm de outro indivíduo (doador), de acordo com o nível de compatibilidade do material sanguíneo. A primeira opção é sempre pela medula de um irmão. Se o indivíduo não tem irmão ou este não é compatível, também verifica-se a compatibilidade com a mãe e o pai. Se não há um doador aparentado com boa compatibilidade, procura-se um não aparentado compatível. Este tipo de transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue de um cordão umbilical.

Transplante autólogo é aquele no qual as células precursoras da medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). As células da medula ou do sangue periférico do próprio paciente são coletadas e congeladas para uso posterior. Esse tipo de transplante é usado basicamente para doenças que não afetam a qualidade da medula óssea, ou seja, aquelas que não têm origem diretamente na medula ou quando a doença já diminuiu a ponto de não ser mais detectada na medula (estado de remissão).

Para quais Indicações se Utiliza o Transplante

indicacoes utilizar transplante medula

O transplante de medula óssea é uma modalidade de tratamento indicada para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico. Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas).

Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como as mielodisplasias, doenças do metabolismo, autoimunes e vários tipos de tumores. O transplante de medula óssea pode ser indicado para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças.

Lista de indicações de transplante de medula da Portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009, do Ministério da Saúde:

Transplante Alogênico Aparentado (as células provêm de um doador da família):

1. Transplante Alogênico Aparentado de medula óssea:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+
– Leucemia mielóide crônica;
– Anemia aplástica grave adquirida ou constitucional;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Imunodeficiência celular primária;
– Talassemia major;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva;
– Leucemia linfóide crônica;
– Mieloma múltiplo;
– Linfoma não Hodgkin indolente;
– Doença de Hodgkin quimiossensível.

2.Transplante Alogênico Aparentado de sangue periférico:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+
– Leucemia mielóide crônica;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Talassemia major;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva;
– Leucemia linfóide crônica;
– Mieloma múltiplo;
– Linfoma não Hodgkin indolente;
– Doença de Hodgkin quimiossensível.

3. Transplante Alogênico Aparentado de sangue de cordão umbilical:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+
– Anemia aplástica grave adquirida ou constitucional;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Imunodeficiência celular primária;
– Talassemia major;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva;
– Linfoma não Hodgkin indolente;
– Doença de Hodgkin quimiossensível.

 

Transplante Autólogo (as células provêm do próprio indivíduo transplantado):

1. Transplante Autólogo de medula óssea e sangue periférico:

– Leucemia mielóide aguda;
– Linfoma não Hodgkin;
– Doença de Hodgkin quimiossensível;
– Mieloma múltiplo;
– Tumor de célula germinativa;
– Neuroblastoma.

 

Transplante Alogênico Não Aparentado (as células provêm de um doador desconhecido):

1. Transplante Alogênico Não Aparentado de medula óssea:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+;
– Leucemia mielóide crônica;
– Anemia aplástica grave adquirida ou constitucional;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Imunodeficiência celular primária;
– Osteopetrose;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva.

 

2. Transplante Alogênico Não Aparentado de sangue periférico:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+;
– Leucemia mielóide crônica;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Imunodeficiência celular primária;
– Osteopetrose;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva.

3. Transplante Alogênico Não Aparentado de sangue de cordão umbilical:

– Leucemia mielóide aguda;
– Leucemia linfóide aguda / linfoma linfoblástico;
– Leucemia linfóide aguda Ph+;
– Anemia aplástica grave adquirida ou constitucional;
– Síndrome mielodisplásica, incluindo a leucemia mielomonocítica crônica;
– Imunodeficiência celular primária;
– Osteopetrose;
– Mielofibrose primária em fase evolutiva.

 

O Que é Medula Óssea

É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, pois é lá que são produzidos os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos), e as plaquetas.

Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo, nos defendem das infecções. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

O Que é Célula-Tronco

As células-tronco surgem no ser humano, ainda na fase embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação constante desse órgão específico.

Essas células têm três características distintas:

  • Conseguem se autoreproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais características.
  • Conseguem diferenciar-se, dando origem a diversas outras células de seus respectivos tecidos e órgãos.
  • Conseguem diferenciar-se, transformando-se em diversas células de outros tecidos da mesma origem evolutiva.

Um exemplo é a célula-tronco hematopoética, que se localiza na medula óssea e é responsável pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Esta é a célula que efetivamente substituímos quando realizamos um transplante de medula óssea. As células-tronco da medula podem podem ser coletadas, preservadas por congelamento e, posteriormente, descongeladas e utilizadas no tratamento.

O Que é o Transplante de Medula Óssea

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.

É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Essas são as células substituídas no transplante de medula.

As células-tronco hematopoéticas também circulam no sangue periférico (caso estimuladas com medicamento fator de crescimento), podendo ser coletadas por aférese, e no sangue do cordão umbilical, quando são coletadas após o nascimento do bebê. Por isso, o termo “transplante de medula óssea” tem sido substituído por “transplante de células-tronco hematopoéticas” para estes procedimentos.

Fonte: Redome.Inca.Gov.Br

Imagem: Redome.Inca.Gov.br

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