Pesquisas recentes mostram que a associação da alimentação com o tratamento contra o câncer pode contribuir com a melhora da doença e diminuir a chance de mortalidade. O oncologista Celso Massumoto, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, lançou o livro "Gastronomia hospitalar e TMO" (Editora Triall, 2018) que, entre outras informações sobre o tratamento, reúne dicas de alimentação e receitas para pacientes com câncer (veja um exemplo de receita abaixo).
Um dos capítulos é dedicado aos alimentos funcionais e seus benefícios para os pacientes. De acordo com o médico, medidas terapêuticas combinadas com o tratamento podem ajudar o paciente na recuperação.
No caso dos alimentos, as substâncias nutricionais podem ajudar o organismo a reagir contra a doença.
Uma das primeiras dicas do médico diz respeito ao quanto comer. “Uma pessoa que está em quimioterapia ou outro outro tipo de tratamento contra o câncer deve comer fracionadamente a cada 3 horas. Ou seja, o ideal não é fazer grandes refeições, mas sim porções menores. Desta forma, o estômago fica menos repleto de alimentos, que ajuda a evitar o enjoo e as náuseas comuns nessa fase”, explica Massumoto.
Oficina de gastronomia para pacientes com câncer
Já o oncologista e nutrólogo Bruno Conte, do Instituto Hemomed de Oncologia, de São Paulo criou uma oficina para ensinar os pacientes que estão em tratamento contra o câncer a se alimentar melhor – e desta forma, fazer com que a alimentação ajude no combate à doença.
O principal objetivo é fazer com que os pacientes entendam a ação de cada ingrediente nas células cancerígenas.
”Procuramos mostrar a importância de utilizar produtos naturais, evitando os industrializados ou muito processados e ensinar que os alimentos são os melhores remédios para o organismo reagir melhor ao tratamento”, ensina o médico.
A ideia de uma dieta saudável é uma alimentação baseada em plantas, frutas, legumes e verduras, com maior dose de fibras e carboidratos complexos e menor consumo de carboidratos refinados como a farinha branca e o açúcar refinado.
Conte destaca que também é preciso entender que tudo depende do tipo de câncer e da evolução do tumor. Mas, de forma geral, a alimentação pode ajudar tanto o paciente que está em tratamento com possibilidade de cura, quanto o que precisa de um tratamento paliativo, que se estende por toda a vida.
Em alguns casos, a doença pode causar dificuldades de alimentação – tanto dificuldade para mastigar e engolir, quanto náuseas a enjoos. O médico dá uma dica: “Pode fazer o mesmo prato, bater no liquidificador e tomar como uma sopa”.
A seguir, destacamos alguns alimentos que podem ajudar na busca por uma dieta equilibrada que fortalece o organismo para a luta contra o câncer.
Amêndoas, castanhas e nozes
O consumo regular de amêndoas, castanhas e nozes é capaz de diminuir o risco de morte em 57% dos pacientes com câncer de cólon e reto. Esta é a conclusão de um estudo desenvolvido pelo Centro de Câncer de Yale, nos Estados Unidos, publicado em abril no Journal of Clinical Oncolog.
Os pesquisadores analisaram os hábitos alimentarem de 826 pacientes com câncer de cólon de estágio 3 durante três anos e perceberam que o consumo regular destas oleaginosas diminuiu não só a taxa de mortalidade, mas também a reincidência do câncer.
A importância da fibra
Um estudo desenvolvido pelas universidades de Bern e Zurique, na Suíça, publicado em março na U.S. National Library of Medicine, analisou o padrão alimentar de 16 mil pessoas por um período máximo de 40 anos. Os resultados mostram que a dieta tem influência direta na taxa de mortalidade por câncer.
Dietas com alimentos ricos em fibras foram responsáveis por uma redução de 15% a 18% no número de mortes por câncer.
O oncologista Fabiano Hahn Souza, do Hospital do Câncer Mãe de Deus, de Porto Alegre, explica que as fibras ajudam, principalmente, pacientes com câncer de intestino, porque ajudam o órgão a funcionar melhor, aumentando o número de evacuações e criando uma espécie de proteção que diminui a exposição à resíduos.
“Antes de se manifestar, o câncer costuma já estar com a pessoa de forma silenciosa. Mesmo quando se manifesta, evolui alguns anos sem que os sintomas sejam percebidos. Nesse início, os hábitos saudáveis colocam o paciente um passo à frente da doença, isso tudo ajuda no tratamento”, explica o médico.
O oncologista Bruno Conte explica que o ser humano não consegue digerir a fibra, por isso ela chega quase intacta ao intestino e acaba alimentando a flora intestinal. “Isso é muito bom porque os micro-organismos que vivem no intestino protegem a região e, dessa forma, acabam protegendo todo o organismo”, detalha.
A gordura boa do peixe
Está aí outro alimento que pode ajudar pacientes em tratamento contra o câncer – o peixe também foi considerado um protetor para a morte pela doença pelos pesquisadores suíços. Quem comeu mais peixe morreu menos por causa da doença. Mas nem pense em comer peixe frito! O ideal é assar ou fazer no vapor.
Isso por causa de duas substâncias, astaxantina e o ômega 3, encontradas em algumas espécies de peixe. A astaxantina é um antioxidante capaz de potencializar outros antioxidantes e que tem capacidade anti-inflamatória. Pode ser encontrada em peixes avermelhados, como o salmão e a truta, e em frutos do mar, como o camarão.
Os ácidos graxos chamados de ômega 3 ajudam a reduzir o colesterol e são associados à diminuição de risco de alguns tipos de câncer, principalmente mama e próstata. Ele é encontrado, principalmente no salmão e no atum.
Mas Souza destaca que o peixe deve ser rotina na alimentação. “Não adianta comer só por dois ou três meses e parar. Desta forma, não vai causar impacto. Tem que adotar a dieta saudável e se dispor a incorporar isso à vida diária”.
Está aí outro alimento que pode ajudar pacientes em tratamento contra o câncer – o peixe também foi considerado um protetor para a morte pela doença pelos pesquisadores suíços. Quem comeu mais peixe morreu menos por causa da doença.
Mas nem pense em comer peixe frito! O ideal é assar ou fazer no vapor.
Isso por causa de duas substâncias, astaxantina e o ômega 3, encontradas em algumas espécies de peixe.
A astaxantina é um antioxidante capaz de potencializar outros antioxidantes e que tem capacidade anti-inflamatória. Pode ser encontrada em peixes avermelhados, como o salmão e a truta, e em frutos do mar, como o camarão.
Os ácidos graxos chamados de ômega 3 ajudam a reduzir o colesterol e são associados à diminuição de risco de alguns tipos de câncer, principalmente mama e próstata. Ele é encontrado, principalmente no salmão e no atum.
Mas Souza destaca que o peixe deve ser rotina na alimentação. “Não adianta comer só por dois ou três meses e parar. Desta forma, não vai causar impacto. Tem que adotar a dieta saudável e se dispor a incorporar isso à vida diária”.
Fonte: R7 Noticias