Doenças Hematológicas e Onco-hematológicas

A Hematologia estuda os elementos que formam o sangue como hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos), plaquetas (fragmentos de células envolvidas no processo de coagulação) e também os órgãos responsáveis pela produção, manutenção e eliminação destes elementos (órgãos hematopoéticos) como a medula óssea, os linfonodos (gânglios) e o baço.

Nosso objetivo principal é o estudo das doenças associadas aos elementos do sangue e dos órgãos hematopoéticos. Estas doenças são normalmente divididas entre hematológicas (não consideradas câncer) e onco-hematológicas (tipos de câncer advindos dos órgãos hematopoéticos).

As doenças hematológicas decorrem de alterações qualitativas ou quantitativas de um ou mais elementos do sangue, de mutações da hemoglobina (proteína que transporta oxigênio e fica dentro das hemácias) ou também de distúrbios dos elementos da coagulação contidos no plasma (parte liquida do sangue, sem elementos celulares).

Por outro lado, as doenças onco-hematológicas representam parte dos diferentes tipos de câncer e exigem tratamentos específicos como quimioterapia, imunoterapia ou a associação de ambos.

No Centro de hematologia do Vale atendemos pacientes de todas as idades com doenças hematológicas e pacientes acima de 18 anos com doenças onco-hematológicas. Abaixo alguns exemplos de doenças hematológicas e onco-hematológicas:

Hematológicas:

• Anemia por deficiência de ferro (ferropriva)

• Anemia por deficiência de vitamina B12

• Anemia megaloblástica

• Anemia hemolítica autoimune

• Anemias decorrentes da falência da medula óssea

• Anemia falciforme

• Talassemias

• Hemoglobinopatias C, SC entre outras.

• Leucopenia (diminuição dos leucócitos)

• Plaquetopenias (diminuição das plaquetas) mais frequentemente representada pela doença chamada púrpura trombocitopênica imunológica

• Outros distúrbios da coagulação que podem levar a sangramentos ou hemorragias.

 

Onco-hematológicas:

• Leucemia mielóide aguda

• Leucemia linfóide aguda

• Linfoma não Hodgkin

• Linfoma Hodgkin

• Leucemia mielóide crônica

• Leucemia linfóide crônica

• Mieloma múltiplo

• Macroglobulinemia de Waldenstrom

• Síndromes mielodisplásicas

• Síndromes mieloproliferativas (representadas pelo aumento de um ou mais elementos do sangue, como por exemplo, Policitemia Vera, Mielofibrose ou Trombocitemia Essencial caracterizada pelo aumento do número de plaquetas).

Transplantes de Células Tronco Hematopoéticas (TCTH)

O TCTH é um procedimento utilizado para o tratamento de doenças onco-hematológicas e neoplasias (câncer) não hematológicas. Na última década, com o desenvolvimento tecnológico e os avanços na aplicação deste recurso terapêutico, houve importante diminuição das taxas de morbidade e mortalidade decorrentes das doenças neoplásicas. O TCTH pode ser denominado singênico quando o doador de células tronco é gêmeo idêntico do receptor, alogênico aparentado quando o doador compatível é irmão ou irmã do receptor, alogênico não aparentado quando o doador compatível não tem parentesco com o receptor e autólogo quando são utilizadas células tronco do próprio paciente.

O TCTH autólogo é uma estratégia terapêutica frequentemente empregada no tratamento de pacientes com alguns tipos doenças onco-hematológicas. Vários estudos tem demonstrado que a utilização de altas doses de quimioterápicos possibilita melhores taxas de remissão e sobrevida livre de doença nestes pacientes.

Entretanto, as altas doses de quimioterápicos causam lesões tóxicas na medula óssea cuja função principal é a produção dos elementos que compõem o sangue e o sistema imunológico.

Os quimioterápicos agem contra as células neoplásicas e também agridem as células habituais localizadas na medula óssea; como consequência, o paciente pode apresentar anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos), fenômenos infecciosos decorrentes da acentuada leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos) e sangramentos em função da plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas).

Estes efeitos tóxicos podem ser irreversíveis e potencialmente letais se permaneceram por longos períodos de tempo. Com o objetivo de contornar a toxicidade medular decorrente das altas doses dos quimioterápicos, as células-tronco hematopoéticas (CTH) são coletadas do próprio paciente antes da realização da quimioterapia utilizando-se o método denominado aférese e imediatamente após serem coletadas, são congeladas a -90 graus centígrados em um freezer específico para armazenamento celular garantindo sua viabilidade por até três (3) anos.

Posteriormente ao período de quimioterapia, em geral vinte e quatro horas após o último dia da infusão do protocolo prescrito, as CTH são descongeladas e rapidamente reinfundidas no paciente por via intravenosa. Como essas células não sofreram a ação dos quimioterápicos, rapidamente migram para a medula óssea do paciente, proliferam-se e diferenciam-se em células maduras resgatando a funcionalidade da medula óssea em curto período de tempo. Todo este processo é chamado TCTH autólogo.

Portanto, o TCTH autólogo possibilita que o paciente tenha o benefício da utilização das altas doses de quimioterápicos com acentuada redução dos efeitos tóxicos na medula óssea, o que favorece uma rápida readaptação das CTH em suas origens, podendo as mesmas retomar suas funções num pequeno intervalo de tempo.

No Brasil, segundo as portarias do Ministério da Saúde (MS), o TCTH autólogo pode ser realizado em pacientes com idade igual ou inferior a setenta e cinco (75) anos com diagnósticos estabelecidos de leucemia mielóide aguda, linfoma não Hodgkin (LNH), linfoma Hodgkin (LH), mieloma múltiplo (MM), tumores de célula germinativa recidivado e neuroblastoma em estádios avançados.

Neste contexto, nossa equipe e o Hospital PIO XII de São José dos Campos foram credenciados pelo MS, no ano de 2004, para a realização dos TCTH autólogos e tem sido o serviço de referência para a Divisão Regional de Saúde (DRS) XVII que abrange trinta e nove (39) municípios do Vale do Paraíba.

 

 

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