O dia a dia de quem se submete a um transplante de medula óssea passa por transformações importantes. O chamado pós-TMO exige cuidados especiais até que o sistema de defesa imunológica do corpo de quem passou pelo tratamento esteja restabelecido.

O tempo de recuperação antes da retomada das atividades normais costuma variar conforme o tipo de transplante, basicamente, o alogênico (quando alguém doa as novas células) e o autólogo (quando as novas células vêm do próprio receptor).

“De forma geral, os pacientes com transplante autólogo retomam a vida normal em dois ou três meses após o transplante, enquanto os que fizeram transplante alogênico precisam de seis meses a um ano para voltar à rotina”, diz o hematologista, Nelson Hamerschlak, coordenador de Hematologia e Transplante de Medula do Hospital Israelita Albert Einstein.

De acordo com o médico, há cuidados especiais a serem tomados, tanto no hospital quanto em casa. “No hospital, os cuidados são um ambiente limpo com ar filtrado e, principalmente, lavagem de mãos ou uso de álcool gel, afastar-se de portadores de infecções, principalmente virais de vias respiratórias ou com herpes”, explica o hematologista.

“Em casa, os cuidados vão diminuindo com o tempo e mediante ausência de complicações. Deve-se evitar ambientes com muitas pessoas, ter uma alimentação saudável e orientada pela equipe de nutrição do transplante, evitar viagens em avião por causa do ar-condicionado, e assim por diante. No entanto, essas medidas vão sendo liberadas com o tempo e com a análise individual de cada paciente”.

Além disso, segundo o Dr. Nelson, todos os pacientes devem ser revacinados a partir de seis meses do transplante. “Mas vacinas de vírus vivos devem ser postergadas para depois de pelo menos dois anos do transplante e verificada a real reconstituição imunológica do indivíduo”, acrescenta.

Reunimos, a seguir, orientações mais específicas compiladas de manuais do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO).

ORIENTAÇÕES GERAIS

No primeiro ano após o TMO, o corpo fica mais vulnerável a infecções. Evite contato com portadores de doenças contagiosas, plantas e animais.

Germes encontrados em piscinas, lagos e praias podem transmitir infecções e devem ser evitados por, pelo menos, um ano após o tratamento.

ALIMENTAÇÃO: DE OLHO NO QUE SE COME

de olho no que se come

Fique atento a alimentos manipulados ou crus, que podem estar contaminados.

Procure comer em casa e fique atento às condições da embalagem e aos prazos de validade.

No preparo, além de lavar as mãos, o cozinheiro deve manter o ambiente limpo e higienizar as embalagens, além de dar atenção especial à conservação dos alimentos.

Use apenas água mineral confiável tanto para beber como para lavar frutas e preparar alimentos.

Verduras e legumes exigem cuidado redobrado. Coma-os apenas cozidos

Nunca consuma carne mal passada ou compre-a já temperada ou moída.

Frutas, somente com casca grossa, como melancia, tangerina, melão e banana, bem lavadas.

BOCA SEMPRE LIMPA

A higiene bucal se faz necessária durante todo o tratamento de leucemias e linfomas, principalmente por causa das mucosites, sempre seguindo orientações de um cirurgião-dentista especializado.

Bochechos regulares com solução de bicarbonato de sódio em pó e água filtrada fervida costumam ser recomendados, além da limpeza com escovas especiais, de cerdas mais macias.

É importante manter os lábios umedecidos com hidratante labial com vitamina E ou com manteiga de cacau, óleo mineral ou filtro solar labial, se for o caso.

MÁSCARA É IMPRESCINDÍVEL

Use-a sempre que estiver em contato com outras pessoas, pelo menos até a liberação do médico.

Procure usá-la sempre que sair de casa e troque com frequência (ao voltar da rua, com certeza).

Locais públicos com aglomeração de pessoas, principalmente fechados, devem ser evitados. É o caso de lojas, supermercados, shoppings e cinemas, além de trens, metrôs e ônibus.

 

ATENÇÃO COM A PELE

atencao com a pele

 

É importante manter unhas aparadas e limpas, tomando cuidado para não se cortar.

Não se exponha ao sol, por causa do risco aumentado de câncer de pele entre transplantados.

Ao sair de dia, prefira o fim de tarde ou o começo da manhã. E use chapéu, roupas compridas e sombrinha (sim, o guarda-chuva). Protetor solar com filtro de proteção 30 (em gel ou livre de óleo) é recomendável.

Para o banho, é preferível o uso de sabonete do tipo hidratante sem perfume e, depois de se secar, creme hidratante à base de vitamina A, ureia ou lactato de amônia.

Maquiagem, cosméticos, perfume e substâncias que irritem a pele devem esperar até que o corpo esteja recomposto do tratamento.

A pele ao redor do ânus também requer cuidados especiais. O ideal é usar lenço umedecido próprio para bebês recém-nascidos ou papel higiênico bem macio. A higiene deve ser feita com água morna e sabão antisséptico.

CUIDE DO CATETER

Por meio do cateter, você continuará recebendo medicamentos e colhendo amostras de sangue para exames. Ele requer cuidados. O curativo é o principal deles. Obtenha orientações de enfermeiros para fazê-lo.

E, claro, lave as mãos com água e sabão antes e depois.

ESTUDO E TRABALHO: É PRECISO ESPERAR UM POUCO

Se possível, aguarde um ano após o transplante para voltar à escola e ao trabalho.

A dica aqui é ter aulas ou adaptar uma estação móvel de trabalho em casa, desde que não envolva atividades de risco.

Seja como for, o retorno à vida social, após longo período de internação e reclusão, é importante e contribui para a recuperação, principalmente psicológica.

 

Fonte: Abrale.org.br

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